quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O BERIMBAU


APRENDA A TOCAR
O BERIMBAU.


É talvez um dos instrumentos musicais mais primitivos de que se tem informação. Considerado instrumento de corda e encontrado em várias culturas do mundo, inclusive no Novo México (USA), Patagônia, África Central, África do Sul e Brasil. Em geral, o berimbau é constituído de um pedaço de madeira roliço (pau-pereira, aricanga, beriba) ou qualquer outra madeira flexível, tencionado por um fio de arame de aço bem esticado, que lhe dá a forma de um arco, contém um tipo de caixa de ressonância que, na verdade , é uma cabaça ou um coité cortado no fundo e raspado por dentro para ficar oco e com o som bem puro. É tocado a rápidas batidas de uma pequena vareta na corda de arame que vez por outra é presa pelo dobrão (moeda antiga de cobre ou uma pequena pedra de fundo de rio), acompanhada por um caxixi, que nada mais é que uma espécie de chocalho feito de vime e cheio de contas de lágrima (semente) ou conchas do mar bem pequenas, este caxixi é preso por uma alça ao dedo do tocador e faz um "fundo" de acompanhamento ao som da cabaça. No Brasil, o berimbau chegou pelas mãos dos escravos africanos que vieram para cá traficados para serviços pesados nos engenhos, isto por volta do ano de 1538, século XVI, portanto. O berimbau também é chamado por outros nomes como urucungo, puíta, quijenge, geguerê, quibundo, umbundo, dentre outros. Estes nomes são derivados de palavras vindas do dialeto Bantu, correspondente aos países de Angola, Moçambique, Congo, Zaire e outros, mas alguns desses nomes aqui no Brasil se destinaram a designar outros instrumentos. Por exemplo: a puíta é a nossa tradicional cuíca, feita de madeira e couro e com formato sextavado; o quijenge é o atabaque feito de madeira de lei e couro, de forma cilíndrica. O berimbau que conhecemos mais popularmente é o que normalmente é feito de madeira ou bambuí e que se compõe de sete partes distintas, ou seja: vêrga, cabaça, corda, caxixi, dobrão, baqueta e amarração da cabaça.

- O Berimbau de Barriga = É o berimbau comum que conhecemos. Porém, poucas pessoas sabem que ele também se chama berimbau de barriga por ser encostado ao abdomem da pessoa, ou seja na barriga do tocador.

- O Berimbau de Beiço ou de Boca = Também conhecido como "marimbau" ou "marimba", é um pequeno instrumento de metal arqueado em forma de diapasão sem cabo, que os escravos usavam preso aos dentes, com os quais faziam soar as pontas do metal. O formato de diapasão sem cabo é semelhante a u m grampo de cabelo, porém um pouco maior. A caixa de ressonância é a própria boca do tocador. Atualmente, o berimbau de boca não é mais usado, apesar de alguns mestres antigos, especialmente de Capoeira Angola ainda saberem tocá-lo. É uma peça raríssima, encontrada mais possivelmente em museus.

O Gunga, o Médio e o Violinha = A afinação dá o nome ao berimbau. É de acordo com a afinação da corda e o tamanho da cabaça que se chama o Gunga que tem o som mais grave e que faz a marcação do toque, tem uma cabaça maior e raramente executa uma virada durante a melodia; o Mé dio tem um som regulado entre o grave do Gunga e o agudo do Violinha, tem uma afinação mediana que permite ao tocador executar a melodia fazendo o solo da música. É permitido ao tocador de um médio a execução de algumas viradas e alguns toques de repi que. Porém, com moderação, para não abafar o Violinha e nem destoar do Gunga, pois o médio é que faz o apoio ao som do Gunga e a base do som do Violinha é ele que determina o toque que será feito para o jogo; o Violinha tem uma cabaça pequena e bem raspada por dentro para ficar bem fina, tem um som agudo e faz apenas o papel de executar as viradas e floreios dentro da melodia. Seu som é baseado ao som médio e do Gunga ao mesmo tempo, é o Violinha que "enfeita" a música da roda. Um bom capoeira é "obrigado"a saber tocar os três tipos de berimbau e executar suas viradas quando possível. É o tocador do médio que ordena o toque e dá a senha para a saída do jogo. Numa roda de capoeira quando o jogo é de Angola, usa-se o trio completo de berimbaus, juntamente com o atabaque e dois pandeiros. É ao pé do berimbau médio, que fica no centro do trio que o capoeira se benze e espera agachado a senha para começar, ou para sair do jogo.

NOTAS

DAN = Tudo Livre, bata a baqueta sem a pedra encostada no arame e nem a cabaça na barriga.
DIN = Livre com a pedra pressionado e sem a cabaça na barriga.
DANº = Sem a pedra encostada e com a cabaça na barriga.
+ = Um Chiado, balança a mão do caxixi
++ = Dois chiados, balança a mão do caxixi
&º = Bater no arame com a baqueta e logo depois por a pedra (matando o som com a pedra), com a cabaça na barriga.

ACORDES

Angola => ++ DAN DIN
São Bento Pequeno = ++ DIN DAN
São Bento Grande = > ++ DIN DAN DAN
Banguela => + DAN DIN
Banguela Dobrada => + DAN DIN DIN
São Bento Grande (Regional) => + DAN + DIN + DAN DAN DIN
Cavalaria => + DAN + DAN + DAN DIN DAN
Idalina => + DAN DAN DIN DAN DAN + DIN + DAN DAN DAN DIN DAN DIN DAN + DIN
Iuna Macho => DAN &º DAN &º DAN &º DAN &º DAN ++ DAN DANº DANº &º DAN
Iuna Fêmea => DAN DAN DAN DAN DAN & DAN & DAN ++ DANº DANº &º DAN
Amazonas => DAN ++ DAN DIN ++ DANº DAN DAN DIN ++ DANº DAN DAN DIN ++ DANº DANº ++ DAN DIN
São Bento Pequeno (Hino) => DAN DAN DAN DAN DAN DAN DAN DAN + DIN DIN DIN DIN DIN DIN DIN DAN DIN DAN + DAN +DAN +DAN DIN DAN DIN + DIN DIN DIN DIN + DIN DAN DIN DAN

A MÚSICA DE CAPOEIRA


Música:
A música de Capoeira é muito importante para o formulário da arte e tem um impacto grande em ensinar o estudante sobre a cultura, a tradição e a filosofia cercando Capoeira.


Diferentemente da grande maioria das artes marciais, na Capoeira o uso da música é algo essencial. Sem a música, o corpo não tem vibracão e não se pode jogar. A música se relaciona intimamente com o movimento, o jogo e a espiritualidade. Através da música o mestre pode intervir com o objetivo de condicionar o comportamento dos jogadores, ou seja, pode interferir, criticar, brincar, elogiar ou desafiar os capoeiristas.
A música de Capoeira Angola é dividida em três partes diferentes: ladainha, chula e corrido.

sábado, 27 de outubro de 2007

ABC DA CAPOEIRA


A
Abadá - s. m. 1. Camisolão folgado e comprido usado pelos nagôs, semelhante ao traje nacional da Nigéria (Aurélio). Waldeloir Rego diz: "No Cais do Porto sempre estiveram os mais famosos capoeiras, mas a roupa usual, na sua atividade de trabalho, era calça comum, com bainha arregaçada, pés descalços e camisa tipo abadá, feita de saco de açúcar ou farinha do reino, e nas horas de folga do trabalho, assim se divertiam jogando sua capoeira.
Abalá - v. Corruptela de abalar (v.) Origem controvertida. José Leite de Vasconcelos ("Etimologias Portuguêsas", in Revista Lusitana, v.II., p.267), em parecer aceito por José Pedro Machado (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa), propõe o latim hipotético "advalare" (ad vallen), na idéia de "ir para baixo", e depois, por generalização do significado, "pôr-se em movimento", etc.
Abará - [Do ioruba] s. m. Pequeno bolo de feijão, ralado sem a casca, condimentado e cozinhado em banho-maria envolvido em folhas de bananeira.
Afoxé - s. m. Procissão ritual de um candomblé, que durante o Carnaval vai se misturar com a festa popular.
Agogô - s. m. instrumento de música religiosa, composto de dois sininhos metálicos desiguais, que se bate com uma varinha igualmente de metal.
"Alfinete" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. m. faca, estoque.
"Alto da sinagoga" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. m. rosto, cabeça.
Angola - s. f. 1. Nome de um país africano. José Matias Salgado diz que o nome primitivo era Ndoango, que os portugueses fizeram Dongo ou Ndongo como registra Quintão, traduzido por canoa grande. Na língua bunda esta palavra dongo significa um tipo de embarcação, a canoa, toda construída de um só pau; sendo muito semelhante à figura do reino de Angola, deram-lhe os antigos o nome de Dongo, que parece bem apropriado. O nome atual de Angola foi dado pelos portugueses, pelo fato de os reis ou sobas da região serem chamados Ngola, daí a origem do topônimo Angola. 2. Designa a capoeira chamada Angola, em oposição àquela chamada Regional. 3. Designa um dos toques de berimbau para o jogo de capoeira.
Angolêro - adj. m. Corruptela de angoleiro, derivado de Angola. Designa o jogador da capoeira chamada Angola.
Anum - s. m. Pássaro preto do gênero Crotophaga, Linneu. É um pássaro popularíssimo no nordeste do Brasil, que a imaginação popular associa ao negro, de maneira jocosa. Assim, quando um negro tem os lábios muito grossos, diz-se que tem bico de anum. O termo vem do tupi anu, vulto preto, indivíduo negro.
Aquinderreis - interj. Corruptela de aqui d'el-Rei. É uma oração elíptica, onde falta o verbo acudam, que formaria acudam aqui d'el-Rei. Era a maneira de se pedir socorro antigamente, por se entender el-Rei o único capaz de socorrer e dar proteção armada a alguém.
Armada - s. f. Golpe do jogo de Capoeira.
"Arriar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. deixar de jogar capoeira.
Aruandê - s. m. Trata-se do vocábulo Luanda, acompanhado de um a protético, seguido da troca do l pelo r na referida palavra e um ê exclamativo. Daí a composição a+Luanda+ê.
Axé - s. m. 1. Cada um dos objetos sagrados do orixá - pedras, ferros, recipientes, etc. - que ficam no peji das casas de candomblé. 2. Alicerce mágico da casa do candomblé. 3. Axé designa em nagô a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de todas as coisas. Corresponde, grosso modo, à noção tão cara aos antropólogos, de mana. É a força sagrada, divina, que todavia não pode existir fora dos objetos concretos em que se encontra, de tal modo que a erva que cura é axé, e que o alimento dos sacrifícios é também axé.
B
Babá - s. m. Termo ioruba, significa pai. Pai ou ancestral, no culto ioruba. Pai-de-santo.
Bahia - s. f. Nome com que se designa um acidente geográfico e um Estado da federação do Brasil. O acidente geográfico é a Bahia de Todos os Santos, que recebeu esse nome de seu descobridor, o Capitão-mor Cristóvão Jacques, que, encontrando-se diante de uma larga e ampla enseada, denominou-a baía. Como a descoberta foi no dia 1o. de novembro de 1526, dia em que a Igreja festeja todos os santos, então o acidente passou a se chamar Bahia de Todos os Santos, estendendo-se a denominação ao Estado da federação.
Bamba - [Do quimbundo mbamba.] s. m. 1. Valentão. O exímio capoeirista. 2. Pessoa que é autoridade em determinado assunto.
Banto - [Do cafre ba-ntu, homem, pessoa] s. m. Indivíduo dos bantos, povo negro da África Central ao qual pertenciam, entre outros, os negros escravos chamados no Brasil angolas, cabindas, benguelas, congos, moçambiques. Banto é família lingüística e não etnográfica ou antropológica. Inclui duzentas e setenta e quatro línguas e dialetos aparentados.
Banzo - s. m. Nostalgia mortal dos negros da África: "Uma moléstia estranha, que é a saudade da pátria, uma espécie de loucura nostálgica ou suicídio forçado, o banzo, dizima-os pela inanição e fastio, ou os torna apáticos e idiotas." (João Ribeiro, História do Brasil, p.207)
Bará - [Do nagô] s. m. É uma qualidade de Exu, deus nagô, mensageiro entre os demais deuses e os humanos. Etnograficamente falando, Bará é chamado todo Exu de caráter pessoal ou privado. Assim, cada deus tem o seu Exu ou escravo, como também se diz, de caráter privado, que se chama Bará, daí ouvir-se falar em Bará de Oxossi, Bará de Oxalá, Bará de Ogum e assim por diante. O mesmo acontece com o eledá (Deus guardião da pessoa) de cada indivíduo, que também tem o seu Bará. Todo Bará leva um nome que o distingue dos demais e se identifica com seu dono.
Baraúna - s. f. Designa uma árvore de grande porte, Melanoxylon barauna, Schot. É termo tupi de ybirá-una, a madeira preta.
Barravento - s. m. 1. O mesmo que barlavento. Termo de origem ainda incerta. É termo náutico já registrado pelo Barão de Angra, com o significado de "lado donde sopra o vento". 2. Designa também o ato de uma pessoa perder o equilíbrio do corpo, como se sentisse uma ligeira tontura. 3. Nome que se dá a um toque litúrgico, nos candomblés de nação Angola, assim como aos cambaleios que dá qualquer pessoa antes de ser totalmente possuída pelo orixá dono de sua cabeça.
Barro Vermelho - s. m. Topônimo designativo de um lugarejo existente na ilha de Itaparica, na Bahia.
Batuque - s. m. 1. Designação comum às danças negras acompanhadas por instrumentos de percussão. 2. Luta popular, de origem africana, também chamada de batuque-boi; muito praticada nos municípios de Cachoeira e de Santo Amaro, e na capital da Bahia.
Bênção - s. f. Golpe contundente, ou apenas desequilibrante, do jogo de Capoeira. Um dos movimentos básicos.
Benguela - (topônimo) s. m. Corruptela de banguela ou banguelo. Pessoa sem dentes; sem os incisivos. Encontra-se o vocábulo em algumas "cantigas de escárnio".
Besôro - s. m. 1. Corruptela de besouro. A maioria dos lingüistas considera desconhecida a origem do termo. Designação comum aos insetos coleópteros. 2. Na capoeira, geralmente é nome próprio personativo, designando o capoeirista Manuel Henrique, conhecido como Besouro Cordão de Ouro, ou Besouro Mangangá, um dos heróis míticos da capoeira.
Biriba - s. f. É a madeira mais comumente usada para se confeccionar a verga do berimbau.
Boca-de-calça - s. f. Golpe desequilibrante do jogo de Capoeira. O capoeirista, aproveitando-se de um descuido do adversário, segura-lhe a bainha das calças ou mesmo as pernas na altura dos calcanhares, puxando-o em sua direção, para derrubá-lo para trás.
Burumbumba - s. m. Uma das denominações do berimbau, registrada por Fernando Ortiz, que tem trabalhos extraordinários sobre a etnografia afro-cubana. Ortiz fornece-nos uma informação valiosa: a do uso do berimbau nas práticas religiosas afro-cubanas, coisa que não se tem notícia de outrora se fazer no Brasil, e nem tampouco em nossos dias, a não ser nas práticas religiosas de após o último Concílio Ecumênico, com o surgimento de missas regionais, como a conhecida pelo nome de Missa do Morro e outras, onde o berimbau, juntamente com outros instrumentos africanos, tem papel importante.
C
Cabaça - s. f. (Cucurbita lagenaria, Linneu) É uma planta rampante. De uso múltiplo e secular entre os utensílios domésticos, herdados da indiaria. Usa-se na construção do berimbau.
Cabôco - s. m. Corruptela de caboclo, de origem ainda controversa. Significa o nascido de pai indígena e mãe africana e, de um modo geral, designa o indígena do Brasil e da América.
Cabra - Além de ser designativo de um animal, é também o do mulato escuro e do indivíduo agressivo e de mau caráter.
Cabula - s. m. Nome de um bairro de Salvador. Termo de origem ainda desconhecida. Esse bairro foi refúgio de negros africanos e até hoje está lá a marca de suas presenças, com os inúmeros candomblés, sobretudo os de nação Angola, que possuem um toque chamado cabula, daí a provável origem do nome do bairro.
Calunga - s. f. 1. Divindade secundária do culto banto. Deusa do mar e também dos cemitérios (Angola); 2. O fetiche dessa divindade; 3. Boneca levada na procissão dos Maracatu.
Camará - s. m. Corruptela de camarada, do espanhol, "grupo de soldados que duermen y comen juntos" e este do latim vulgar cammara. No linguajar da capoeira, aparece com a acepção pura e simples de companheiro.
Camboatá - s. m. Designa uma qualidade de peixe pequeno, que vive em água doce. Teodoro Sampaio deriva de caabo-oatá, o que anda pelo mato. Não obstante ser popular a forma camboatá, há as alterações cambotá, camuatá e tamoatá.
Candomblé - s. m. Termo de origem ainda desconhecida. Designa a religião que os africanos trouxeram para o Brasil. Sua maior área de expansão é na Bahia e é designação mais específica da religião dos povos nagôs. Existiu no Brasil uma dança chamada candombe, muito comum nos países da região do Prata. Como quase todos os folguedos dos negros, essa dança esteve sempre na mira policial. Os candombes eram feitos em casa, em recinto fechado, não obstante saírem às ruas nos dias propícios. Era um folguedo profano, com interligações religiosas com o candomblé, como é o afoxé.
Cão - s. m. Do latim canes. Em geral, aparece nas cantigas de capoeira com a acepção de demônio.
Ca ô cabiesi - Corruptela de Ka wo ká biyè sì, expressão com que os povos nagôs saúdam Xangô, deus do fogo e do trovão e que, segundo Johnson, foi o quarto rei lendário de Oyó, capital dos povos iorubás.
Capadócio - s. m. 1. De, pertencente ou relativo à Capadócia (Ásia Menor). 2. Que tem maneiras acanalhadas. 3. Impostor, trapaceiro, parlapatão. Era como alguns cronistas se referiam aos capoeiras, até começos do século XX.
Capitão-do-mato - s. m. Bras. Indivíduo que se dedicava à captura dos escravos fugidos. "Capitães-do-mato, assim se chamavam os caçadores de negros, aos quais a lei em regulamentos especiais concedia poderes discricionários contra aquelas miseráveis criaturas que fugiam ao jugo da escravidão." (João Ribeiro, História do Brasil.)
"Carrapeta" - s. m. Pequeno esperto e audacioso que brama desafiando os inimigos.
Casa-Grande - s. f. Construção que servia de habitação aos senhores de engenho, no Brasil colonial.
Cativo - adj. Que não goza de liberdade; escravo.
Ceia dos camarões - O temido Major Vidigal instituiu uma seção de torturas para os capoeiristas, ironicamente chamada "Ceia dos Camarões". Curiosamente, Vidigal também era um capoeirista habilidoso.
Chamada - s. f. Um dos rituais da capoeira tradicional. As chamadas, também conhecidas como "passagens", erroneamente interpretadas como simples momentos de descanso durante o jogo, constituem um momento de extremo perigo; fazem parte dos rituais da capoeira tradicional, e visam a despertar a malícia dos seus praticantes. Quando for chamado, aproxime-se com bastante cautela, pois, dentro das normas da capoeiragem, o capoeirista que chama poderá aplicar o golpe que desejar, caso o outro aproxime-se sem o devido cuidado.
Chibata - s. f. 1. Vara delgada para fustigar; junco. 2. P. ext., chicote: cordel entrançado ou correia de couro, ligada ou não a um cabo de madeira, ordinariamente para castigar animais (ou escravos...)
Cocorocô - Voz onomatopaica emitida pelos galos.
D
Dendê - s. m. Planta da família das palmáceas (Elaesis guineensis, Linneu). Foi trazido para o Brasil pelos negros africanos, sem contudo se poder precisar a data exata. O fruto é o fetiche do orixá Ifá nos candomblés da Bahia, desvendando o futuro. O azeite é indispensável na culinária afro-brasileira. Dendê é pitéu, gostosidade, ou coisa boa, apreciável.
"Desgalhar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Fugir da polícia.
"Distorcer" - v. disfarçar ou retirar-se por qualquer motivo.
Dobrão - s. m. Moeda grande, antiga, de 40 réis, que os capoeiristas usavam para tocar o berimbau. O nome aplicou-se, por extensão, aos seixos arredondados ou às arruelas usados para o mesmo fim.
E
É direito!" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) interj. É destemido!
"Encher" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Dar bordoada.
"Endireitar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Enfrentar o inimigo.
"Espada" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Senhora da Lapa. Cada uma das maltas, no Rio de Janeiro, ocupava uma freguesia (bairro) da cidade, província ou território que controlavam e disputavam entre si. Quando se enfrentavam, "bramavam" (gritavam) o nome da província a que pertenciam.
F
Faca-de-ponta - s. f. Instrumento perfuro-cortante, "arma branca" que portavam alguns capoeiristas nos embates de rua.
Frevo - s. m. Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do carnaval pernambucano. O passo, que é a movimentação do frevo, é filho da capoeira; como nos conta Edison Carneiro (Cadernos de Folclore, 1971), "a hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do frevo, legado da capoeira (melhor diria 'o passo', que é a dança; o frevo é a música que o acompanha). As bandas rivais do Quarto (4o. Batalhão) e da Espanha (Guarda Nacional) desfilavam no carnaval pernambucano protegidas pela agilidade, pela valentia, pelos cacetes e pelas facas dos façanhudos capoeiras que aos saracoteios desafiavam os inimigos: 'Cresceu, caiu, partiu, morreu!' A polícia foi acabando paulatinamente com os moleques de banda de música e com seus líderes, Nicolau do Poço, João de Totó, Jovino dos Coelhos, até neutralizar o maior deles, Nascimento Grande".
G
Gaiamun ou Guaiamun - s. m. Espécie de crustáceo da mesma família dos caranguejos (Cardisona guanhumi, Lattreille). Era a denominação de uma das gangues de capoeiras, conhecidas por "maltas", que infernizavam a vida do Rio de Janeiro no final do século XIX e começo do XX.
Gamelêra - s. f. Coruptela de gameleira, árvore da família das moráceas, pertencente ao gênero ficus. Árvore de grande porte, utilizada para fabricação de canoas, vasos e gamelas.
Gangambá - s. m. Corruptela de mangangá, que deriva de mamangaba ou mamangava. 1. Designa as espécies de insetos himenópteros da família dos bombídeos, que representam as grandes abelhas sociais. Constroem ninho no solo entre touceiras de capim.
Gereba - Nome próprio. Laudelino Freire e Figueiredo trazem-no com a acepção de indivíduo desajeitado e gingão. Na cantiga, segundo Waldeloir Rego, aparece como apelido de tipos populares. "Quando garoto, conheci um desses tipos com o apelido de Gereba, que a meninada sempre importunava, gritando: Gereba!... Quebra Gereba!...
Gunga - s. m. Palavra de origem bunda, designa o berimbau, instrumento musical usado na capoeira.
I
Idalina - s. f. Nome próprio personativo. De Idalia, "nome de uma cidade da ilha de Chipre, onde havia um templo de Vênus, pelo que os nossos poetas dizem freqüentemente Vênus Idalia. Nos Lusíadas, IX, 25: Idalios amantes".
Iê! - Interj. Corruptela de ê! Seu uso é exclusivo nas canções de capoeira. É como o mestre de Capoeira chama para si a atenção de todos.
Ilha de Maré - s. f. Nome de uma ilha pertencente ao Estado da Bahia.
Imbora - adv. Corruptela de embora, que por sua vez deriva da locução em boa hora, que Leite de Vasconcelos acha que não é outra coisa senão resquício da superstição antiqüíssima das horas boas e más, a qual ainda hoje existe no Brasil. Embora, além de funcionar como advérbio, funciona também como conjunção, interjeição e substantivo - como sinônimo de parabéns, felicitações. O oposto a embora (em boa hora), dentro do ponto de vista das superstições, é em hora má, usadíssimo na língua antiga, especialmente em Gil Vicente, sob as variantes eramá, eremá, aramá, ieramá, earamá, e muitieramá.
Itabaianinha - Nome de uma cidade do Estado de Sergipe. Diminutivo de Itabaiana,
Iúna - s. f. Corruptela de inhuma ou anhuma. [Do tupi ña 'um, 'ave preta', com aglutinação do artigo] 1. Ave anseriforme, da família dos anhimídeos (Anhuma cornuta). Mestre Maneca Brandão ("O Canto da Iúna - A Saga de um Capoeira", Itabuna/BA, 1ª ed.) acrescenta: "símbolo da sagacidade e da matreirice", (...) a ave existe realmente e habita os brejos, charcos, lagoas, etc. O termo "Iúna" é uma corruptela de seu verdadeiro nome: Inhuma ou Anhuma. Ela tem o porte de um peru, com pernas longas e pés de dedos grandes, com dois esporões carpianos em cada asa, além de um longo espinho córneo no alto da cabeça. Sua plumagem é bruno enegrecida e negra. [Sin.: alicorne, anhima, cametau, cauintã, cavitantau, cauintau, inhaúma, inhuma, licorne, unicorne, unicórnio.] 2. Nome dado a um toque de berimbau, muito melodioso, usado no jogo da capoeira. Toque criado por Mestre Bimba, para jogo rasteiro, ligado e com balões, usado somente por mestres de Capoeira.
L
Lemba - s. m. Corruptela do daomeano Elegba, o mesmo que Elegbará, um dos designativos de deus nagô Exu. Os jejes (negros do Daomé) foram quase absorvidos pelos nagôs, especialmente no domínio religioso e social na Bahia. Um dos orixás jejes que resistiu e deixa ainda ser visível é Legba, Elegbará, o senhor Leba, o homem das encruzilhadas, e alguns vestígios do culto ofídico, a veneração à serpente, base litúrgica do Vodu nas Antilhas são encontrados, embora em condições apenas perceptíveis.
Licuri - s. m. Palmeira silvestre que possui pequenos cocos. (Cocos coconata, Mart.) Teodoro Sampaio diz ser a planta comuníssima, nas regiões secas do norte do Brasil, mas com a denominaçào mais freqüente de ouricury, que ele deriva de airi-curii, o cacho amiudado, e dá as variantes uricuri, aricuri, licuri, nicury, iriricury e mucury.
Loiá. - Contração de lá oiá, corruptela de lá olhar.
Luanda. - s. f. Nome de uma cidade africana e capital de Angola. Uma das principais cidades de onde partiam os navios negreiros com destino ao Brasil. Anteriormente, o nome da capital era somente São Paulo da Assunção, dado pelos portugueses. Mais tarde, substituíram da Assunção por de Luanda, ficando São Paulo de Luanda, ou simplesmente Luanda, como é mais conhecida em nossos dias. Luanda, segundo Cannecattin, quer dizer tributo.
M
Maitá. - Parece ser corruptela de Humaitá, com síncope da sílaba inicial. Em face dos episódios da guerra do Brasil com o Paraguai, justamente na época em que os capoeiras começavam a chegar ao auge em suas atividades, as cantigas se referem sempre a Humaitá, daí poder-se admitir a hipótese acima.
Malta. - s. f. Gangues ou hordas de capoeiras que infestavam e infernizavam as ruas da cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX e começo do século XX, mancomunadas com a prostituição.
Malungo. - s. m. Companheiro, camarada; da mesma condição. Etim.: os negros chamavam malungos aos companheiros de bordo ou viagem, generalizando-se depois no Brasil o epíteto; provém do locativo conguês m'alungu, contração de mualungu, no barco, no navio (Jacques Raimundo, O Elemento Afro-Negro na Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, 1933). ...
Mandacaru. - s. m. Planta da família das cactáceas. Derivam-na de mandacaru, o feixe ou molho pungente.
Mandinga. - Feitiço, despacho, mau-olhado, ebó. Os negros mandingas eram tidos como feitceiros incorrigíveis. Os mandingas ou malinkes, dos vales do Senegal e do Níger, foram guerreiros conquistadores, tornados muçulmanos. "Este povo, a que os negros chamavam mandinga, os espanhóis mandimença e masmol, maniinga (do radical mani ou mali, o hipopótamo, visto que eram povos totêmicos, e a terminação nke, povo), tinha uma índole guereira e cruel. Não obstante a influência maometana, eram considerados grandes mágicos e feiticeiros, e daí o termo mandinga, no sentido de mágica, coisa-feita, despacho, que os negros divulgaram no Brasil" (Artur Ramos, Culturas Negras no Novo Mundo, citado em Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro).
Mandinguêro. ou Mandiguêro. - adj. Corruptela de mandingueiro. Na capoeira, designa o capoeirista ladino, maneiroso, cheio de negaças, truques,disfarces e ardis.
Mangangá. - O mesmo que gangambá.
Maracangalha. - s. f. Nome próprio designativo de um lugarejo no Estado da Bahia. Famoso no mundo da capoeira, graças às façanhas do temível capoeirista Besouro, que lá morreu, assassinado com um golpe de faca de tucum. A origem do nome ainda é desconhecida. Os habitantes do local dão a seguinte explicação: "Em época remota, que ninguém sabe precisar, mas que deve ter aí seus 200 anos, nos primórdios dos antigos engenhos, bandos de ciganos acampavam ali, constantemente, em suas andanças pelo sertão. Ao prepararem os animais para as viagens, gritavam uns para os outros: 'Amarra a cangalha'. Os pretos escravos pegaram a coisa e passaram a repetir a palavra deturpada, para zombar dos ciganos. Com o passar dos tempos, o uso se arraigou e Maracangalha entrou para a geografia do Brasil".
Maracatu. - s. m. Grupo carnavalesco pernambucano, com pequena orquestra de percussão, tambores, chocalhos, gonguê (agogô dos candomblés baianos e das macumbas cariocas), que percorre as ruas, cantando e dançando sem coreografia especial. Respondem em coro ao tirador de loas, solista. Composto em sua maioria de negros. É visível vestígio dos séquitos negros que acompanhavam os reis de congos, eleitos pelos escravos, para a coroação nas igrejas e posterior batuque no adro, homenageando a padroeira ou Nossa Senhora do Rosário. Perdida a tradição sagrada, o grupo convergiu para o carnaval, conservando elementos distintos de qualquer outro cordão na espécie.
Muleque - [Do quimb. mu'leke, menino] s. m. Corruptela de moleque. 1. Negrinho. 2. Indivíduo sem palavra, ou sem gravidade. 3. Canalha, patife, velhaco. 4. Bras. Menino de pouca idade. 5. Engraçado, pilhérico, trocista, jocoso. [Fem.: moleca.]
Munganga - s. f. (Var. de moganga,termo de origem africana) 1. Caretas, trejeitos, esgares, momices; mogiganga. 2. Carícias, lábias.
N
Nagô - adj. Nome que se dá ao iorubano ou a todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o ioruba. Migeod (The Langs, of West Afri. II, 360) assinala que nagô é nome dado, no Daomé, pelos franceses ao iorubano: do efé anagó. Tem o feminino nagoa. Abundantemente exportados para o Brasil, os nagôs tiveram prestigiosa influência social e religiosa entre o povo mestiço, conservando, com os processos de aculturação, seus mitos e tradições sacras. Localizados em maior porção na Bahia, foram estudados, nos seus descendentes e projeção etnográfica e folclórica, por Nina Rodrigues, Manuel Querino, Artur Ramos, Édison Carneiro, etc. É o grupo negro mais conhecido em seu complexo social vivo. A persistência nagô determina o candomblé, macumba, catimbó, xangôs, sinônimo do primeiro vocábulo, reunião do seu cerimonial. Os sacerdotes, babalaôs, babas, babalorixás, o auxiliar axogum, pai, mãe, filha-de-santo, o ebó (feitiço), instrumentos musicais (tambores, agogô, aguê, adjá, afofiê), os contos da tartaruga, awon, a culinária que se tornou clássica na Bahia, com o vatapá, acaçá, abobó, acarajé, abará, o santuário peji, os orixás Obatalá (Orixalá ou Oxalá), Exu, Ogum, Oxumaré, Oxóssi, Omolu, Ibeiji, Ifá, Anambucuru, Iroco, Iansã, os todo-poderosos Xangô e Iemanjá, são elementos fixadores dessa prestigiosa presença na antropologia cultural.
Nagoa - s.m. Designação de uma das gangues de capoeiras, conhecidas por "maltas", que infernizavam a vida do Rio de Janeiro no final do século XIX e começo do XX.
Negaça - s. f. No jogo de capoeira, o ato de "negar o corpo", bambolear pra lá e pra cá, ameaçar o movimento e negá-lo; usada para confundir o oponente.
Nêgo - s. m. Corruptela de negro, que deriva do latim nigru, preto, negro. Designa a cor preta e o homem portador deste pigmento.
Nhem, nhem, nhem - Voz onomatopaica, representativa do choro de criança.
O
Ói - v. Corruptela de olhe, do verbo olhar. ...
Ôi! - Interj. Bras. Exprime espanto, chamamento, resposta ao apelo do nome, saudação jovial ao encontrar outrem, e indica, ainda, que não se ouviu bem o que foi dito ou perguntado (Aurélio).
Orubu - s. m. Corruptela de urubu (Cathartes pepa, Linneu). Designação comum às aves catartidiformes, da família dos catartídios, de cabeça pelada, que se alimentam de carne em decomposição.
P
Paraná - [Do tupi paraná, de pará = mar e ná = semelhante, logo semelhante ao mar.] s. m. Bras., Amaz. 1. Braço de rio caudaloso, separado deste por uma ilha. 2. Canal que liga dois rios. 3. Nome próprio designativo de um Estado da federação brasileira.
Patuá - s. m. Batista Caetano deriva de patigua, contraído em patuá de patauá, designando o cesto que as mulheres traziam às costas, amarrado à cabeça, com os pertences da rede. Simão de Vasconcelos, falando do estado de miséria em que viviam os índios, ao comentar o seu enxoval diz que "vem a ser uma rêde, um potiguá (que é como caixa de palhas) para guardar pouco mais que a rêde, cabaço, e cuya: o pote, que chamam igacaba, para os seus vinhos: o cabaço para suas farinhas, mantimentos, seu ordinario: a cuya para beber por ella: e o cão para descobridor das feras quando vão caçar. Estes somente vem a ser seus bens moveis, e estes levam consigo aonde quer que vão: e todos a mulher leva às costas, que o marido só leva o arco". Por analogia, patuá hoje em dia passou a designar um pequeno saquinho contendo axé (coisas de alto poder mágico) e que, conforme o preceito, quem o carrega, tem que usá-lo em contato com o corpo.
Pindombê - s. f. Contração de Pindomba mais a interjeição ê! Pindomba é corruptela de pindoba, espécie de palmeira (Palma Altalea compta, Mart.), muito alta e grossa, que dá flor como as tamareiras e o fruto em cachos grandes como os coqueiros, "cada um dos quais é tamanho que não pode um negro mais fazer que leva-lo às costas". (Gabriel Soar)
Q
Quilombo - s. f. [Do quimb. kilombo, capital, povoação, união.] s. m. Bras. 1. Valhacouto de escravos fugidos. 2. Folguedo, praticado no interior de AL durante o Natal, em que dois grupos numerosos, figurando negros fugidos e índios, vestidos a caráter e armados de compridas espadas e terçados, lutam pela posse da rainha índia, acabando a função pela derrota dos negros, vendidos aos espectadores como escravos; Quilombo dos Palmares. Quilombo (1) constituído de negros fugidos, os quais, no século XVII, se estabeleceram na Serra da Barriga, no interior de AL, formando uma república.R
Raspa - s. f. Assim designavam os batuqueiros a rasteira, golpe desequilibrante muito conhecido na capoeira.
Roupa de ver Jesus - s.f. A roupa de ir à missa; terno branco com que os capoeiristas de antigamente iam às rodas na Bahia, e que, no final, permanecia limpo, atestando a competência do jogador.
S
Sabiá - s. m. Espécie de pássaro canoro (turdus rufiventris, Lichtst.) "Criam-se em arvores baixas em ninhos outros passaros, a que o gentio chama sabiá poca, que são todos aleonados muito formosos, os quaes cantam muito bem" (Gabriel Soares de Souza, 1587).
"Sarandaje" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. f. miuçalha, pequenos capoeiras.
Saroba - s.2 gên.O mesmo que sarandaje. O capoeira que sabe apenas alguns rudimentos, e joga feio, com movimentação desfigurada.
"Senhora da cadeira" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a Santana.
"Senhora da palma" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a Santa Rita.
Sinhá - s. f. Corruptela de senhora. Ver verbete Sinhô.
Sinhô - s. m. Corruptela de senhor. Do latim seniore, mais velho. Na linguagem popular, senhor como pronome de tratamento foi adulterado em sinhô, assim como senhora em sinhá, ao lado de outra forma simplificada, seu, derivado de sinhô, e sá, derivado de sinhá. Os vocábulos sinhô e sinhá possuem os diminutivos yoyô para o primeiro e yayá para o segundo.
T
Tá - v. Corruptela de está, do verbo estar. Deriva do latim stare, estar de pé.
Trivissia - s. f. Corruptela de travessia, ato ou efeito de atravessar uma região, um continente, um mar, etc. Vento de travessia é termo náutico, designativo do vento de través, isto é, contrário à rota que segue um navio.
Tumbeiro - s. m. Designa o navio negreiro, com alusão aos horrores pelos quais passavam os negros escravizados no bojo dessas embarcações; muitos morriam - de fome, sede, ferimentos e doenças - e eram lançados ao mar.
U
Urucungo - [Do quimb. ri'kugu = cova; existe nele um buraco.]s. m. Um dos nomes pelos quais é conhecido o berimbau.]V
Vadiação - s. f. Ato ou efeito de vadiar; vadiagem. Designa o jogo da capoeira.
"Velho Cansado" - (gíria antiga, transcritaem 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a São Francisco.
"Velho Carpinteiro" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde
Y
Yayá - s. f. Diminutivo de sinhá, corruptela de senhora. Ver o verbete sinhô.
Yoyô - s. m. Diminutivo de sinhô, corruptela de senhor. Ver o verbete sinhô.
Z
Zóio - Assimilação do s final do artigo plural os ao substantivo óio, corruptela de olho. Portanto, a expressão os olhos passou, na língua popular, para o zóio.

MESTRE BIMBA


O ADEUS À BAHIA.
Antes de ir para Goiânia, no dia 28 de fevereiro de 1973, Bimba formou na Bahia a sua ùltima turma de capoeirista. A Formatura foi muito badalada pela imprensa, chamavam-na: “A Formatura do Adeus”, e foi realizada em Mataipe a pedido de um aluno formado, o “Vermelho” que inclusive comprou a “posse” da Academia do Mestre por Cr$ 5.000,00 pagáveis em parcelas.Nestre formatura todos viram que o Mestre não estava como de costume, sua alegria tão espontânea nestes dias não se fazia presente, Bimba tentava esconder a tristeza, disfarça-la em brincadeiras com seus alunos, mas não conseguia, a tristeza estava estampada em seus alhos, parecia que estava faltando alguma coisa. Para o Mestre aquilo não era uma simples formatura, uma festa, porém o Adeus! Houve até quem afirmasse que nesse dia o Mestre chorou. O Orador desta formatura foi o Vermelho e os Paraninfos (nesta foram dois a pedido do Mestre) Itapoan e Ezequiel. O Jogo do Orador com o Paraninfo foi realizado por Itapoan e Vermelho.Depois da formatura, Bimba foi embora , deixou a Bahia que tanto amou, mas, onde: “os poderes públicos nunca me ajudaram...”. Foi para Goiânia, para o seu “Eldora”, e como se enganou!...Depois que se foi, Bimba veio a Salvador apenas duas vezes, apresentando como motivos “tratar de negócio”, - vender uma casa que restara e receber uma das parcela da venda da “posse” da Academia. Na realidade Bimba sentiu saudades de sua terra, de seus alunos, do seu povo, do seu povo, do seu Esporte Clube Ypiranga, “time de macho”, do mar, e aproveitou a “deixa” para matar a saudade, e desta vez sim, despedir-se da sua Bahia.Encontrei-o na antiga Estação Rodoviária no dia em que ia voltar para Goiânia. Conversamos muito, eu, ele e o Alegria (um aluno formado) além de D. Nair (sua esposa) e seu filho Dermeval (Formiga). Ele falou que estava muito bem em Goiânia, ensinando e apresentando sempre. Já dona Nair nos disse: “Bimba foi enganado, não volta porque é muito orgulhoso”. Sentimos que realmente o Mestre não estava bem em Goiânia, pois o Alegria o encontrou em um ponto de ônibus, coisa que não fazia a vários anos, andando só de táxi. Para mim contou que viera para Salvador com apenas Cr$ 200,00 no bolso e que tinha pedido dinheiro emprestado para voltar. O filho dele, Manoel, me disse que chegando em Goiânia, Osvaldo de Souza (que o levou pra lá) tentou passar o Mestre para trás em shows e nas aulas, tendo assim o Mestre rompido a amizade, ficando entregue à própria sorte d. Alice, esposa, disse que assim que o Mestre morreu ela tratou de vir para Salvador, pois de falsidades ela já estava cheia! A verdade é que Bimba não estava bem em Goiânia.De inicio começou dando aulas de Capoeira com Osvaldo, a quem ele acha que não devia ter dado diploma antes do tempo, foi um erro! Este aluno veio buscá-lo na Bahia com um bocado de promessa, que não foram cumpridas: “...aquilo é um lobo. Eu lhe dei o diploma porque havia prometido que quando eu viesse para cá continuaria praticando comigo. Me prometeu duas casas completas. E o que é casa completa? É toda mobiliada na não? Teve dia em que eu com tanta gente para tratar, falava com ele lá na Jóquei e tinha a coragem de me dar dez cruzeiros”. “...meus filhos me diziam antes de vir: lá mainha vai poder ver televisão. Mas o lobo me enganou”. (Entrevista ao Diário de Brasília em 01 de outubro de 1973 – Título: “Encontro”).Dona Nair, esposa do Mestre, disse, em entrevista para o “Resgate da Capoeira Regional”: “Eu achei que não dava certo, era bastante ele falar que uma coisa entrava assim dentro de mim que eu só fazia chorar. Eu sabia que não ia dar certo, mas falava pra ele e ele falava pra mim que se eu quizesse ficar que ele vinha, trazia os filhos dele e me deixava pra lá.Ele sempre teve a cabeça dura, ele não ouvia conselho de pessoa nenhuma, só dele mesmo, mulher com ele não falava nada.Se tivesse ficado em Salvador eu estava bem melhor e ele não teria falecido, ainda estaria vivo.Ele não tava doente, sadio, forte, começou a dar aulas, trouxe 21 pessoas, o dinheiro que Osvaldo dava a ele era 10 cruzeiros, o dinheiro não dava e ele ficava revoltado, contrariado, reclamando. Tinha dia que ele saia e dizia que não tinha dinheiro nem para o pão. Ele foi ficando assim, não doente, o coração ficando fraco, uma doença assim que dava pra ele andar e tal. Levei ele a um médico no Hospital Geral que fez uns exames neles e disse que tivesse muito cuidado com ele, que o coração dele tava muito crescido. Mas pediu segredo, disse pra não dizer nada a ele e passou uma dieta.Às vezes ele levantava e ficava tonto, com vertigem, e pedia pra segura-lo. Quando melhorava era naquela correria pra sair novamente.Ele foi piorando, ficava assim meio de cama, mas levantava. Um dia ele me pediu para ir a Salvador ver se o compadre dele, que comprou um casa na mão dele, tinha colocado o dinheiro no banco. Não tinha. Quando eu estava lá recebi um recado pra voltar que o Mestre tinha passado muito mal. Quando eu estava lá recebi um recado pra voltar que o Mestre tinha passado muito mal. Quando voltei ele não estava mais na casa dele, do Mestre. O dono aparecer e pediu a casa pois o Osvaldo não tinha pago o aluguel... A casa que fui morar quando aqui cheguei, a que o Osvaldo disse que tinha comprado pra nós, tinha tanta lama no chão que eu tirei de balde. Uma vizinha me emprestou uma cama, pois os móveis que ele afirmou que comprou era conversa. Então o Mestre foi piorando, piorando e um dia de noite ele saiu para fazer uma apresentação, quando voltou passou mal e vomitou bastante. De manhã levaram ele para o Hospital Geral, jogaram ele lá como indigente, como vagabundo. De manha Nalvinha me avisou e eu sae de lá de casa, a pé, não tinha um centavo para o transporte, cheguei, às 11:45, levei os papes dele, Aí transferiram ele para o Hospital São Francisco, não tinha dinheiro pra pagar, mandaram pra outro Hospital, não tinha dinheiro pra pagar, aí terminou com ele de volta para o Hospital Geral. Aí não tinha mais jeito. Quando falou pediu pra levar o Luisinho pra ele ver. Levei. Ele ficou queito olhando, passou os olhos assim e as lágrima começaram a cair. O médico pediu pra tirar o Luís. Passou só três dias no hospital e morreu . eu pedi ao Jaci Fernandes que conseguisse um balão de oxigênio pra ele, o Jaci não tinha dinheiro pra pagar, não conseguiu. Se conseguisse acho que ele estava vivo até hoje.Bimba era Ogan de Candoblé, podia raspar santo, jogava búzios muito bem, ele podia fazer isso e outras coisa, ele tinha a força, era de Xangô. E por causa dessa força que ele deixou lá em Salvador é que ele se acabou, não foi só a doença não, é coisa da religião dele também. Quando veio pra Goiânia ele não cumpriu suas obrigações em Salvador, você sabe que todo ano ele dava comida pra Xangô, quando ele chegou aqui nunca mais ele fez. Xangô não gostou muito e tirou e o pé fora”...”.Em Goiânia o Mestre, apesar das dificuldades, deixou um grande número de praticante da Capoeira Regional. Muito querido por seus alunos, que o veneram até hoje, ele ensinou na Academia de Osvaldo Souza (com o qual desentendeu, chegando, segundo seu filho Dermeval, a expulsá-lo de casa e tentando agredi-lo só não o fazendo devido a interferência de terceiros e a covardia de Osvaldo. A briga, segundo Dermeval, foi por causa de uma apresentação, pois o Osvaldo acerto o show por um preço e disse ao Mestre outro, bem menor. Um aluno, sabedor disso, “entregou” o Osvaldo ao Mestre e confirmou em sua presença), ensinou também no Jóquei Clube (cobrando dez cruzeiros por aluno), no D.C.E., na Escola Superior de Educação Física e finalmente na Academia de Hugo Nakamura, que vendo as dificuldades por que passava o Mestre Bimba, oferenceu uma sala, grátis, para o Mestre ensinar a sua Capoeira Regional. Segundo “Deputado”, um aluno formado por Mestre Bimba em Goiânia, Bimba formou duas turmas em Goiás.Em 05 de fevereiro de 1974, um ano que depois que deixou a Bahia, morria o Mestre Bimba: - “No sábado pela manhã Bimba se encontrava meio adoentado, mas aceitou fazer uma demonstração à tarde no Clube dos Funcionários Públicos de Goiás, por Cr$ 2.500,00 mostrando, como sempre fez, todo a sua arte de capoeirista baiano, toda a arte de ser o maior capoeirista do Brasil, o “Papa da Capoeira”m uma unanimidade, o homem que estava na agenda de qualquer turista que visitasse Salvador, atração turística só comparada, na Bahia, a Igreja do Bomfim e as suas e as suas praia. – logo após o espetáculo sentiu-se mal e foi levado para casa. No domingo foi levado para o Hospital São Jorge com derrame cerebral, como não tinha cartão do INPS ou dinheiro, foi removido para o Hospital da Universidade de Goiás onde veio a falecer”. – Morreu o Manoel do Reis Machado, morreu o Mestre Bimba, a maior figura folclórica da Bahia, a maior figura que a Capoeira já produziu. O homem que se vestia de mulher para jogar cartas, bater na polícia e não ser reconhecimento depois, o homem que depois de uma briga qualquer era procurando pelas “forças” e “passava as noites em cima de uma Jaqueira, todo amarrado em um galho pra não cair durante o sono”. O homem que elevou a Capoeira de “status”, que a tirou “de baixo do pé do boi” como gostava de dizer, que introduziu nos meios universitários e sócias de Salvador a Capoeira Regional, que foi filmado por turista do mundo inteiro, que foi citado em enciclopédias, que recebia cartas de Érico Veríssimo e Monteiro Lobato incentivando-o. O homem que teve mais de vinte filhos e vários mulheres. Está morto o Mestre Bimba, o “Banzo” (doença da saudade) o matou! Seu corpo foi sepultado no Cemitério Parque de Goiânia. Está morto o homem que além de ser o maior capoeirista do Brasil, era também Ogan de Candomblé, era o capoeirista procurando proteção junto aos Orixás, sendo protegido pelo seu Santo, o Deus da Guerra, o poderoso Xangô.
No seu enterro o seu aluno Jaci Fernandes Sobrinho tocou o Berimbau preferido do Mestre e colocou junto ao seu corpo. Seus filhos, Demerval (16 anos) e Manoel (13 anos) jogaram Capoeira pela última vez frente ao pai. Bimba está sepultado em Goiânia, pois quando saiu da Bahia disse: “...não voltarei mais, aqui nunca fui lembrado pelos poderes públicos, se não gozar de nada em Goiás, vou gozar do seu Cemitério”. Era o golpe de Mestre aplicado à Bahia por um de seus filhos mais ilustres, Bimba partiu protestando. Na Bahia as escolas de capoeira e artes marciais fecharam suas portas por sete dias em homenagem aquele homem que era querido por muitos, odiado por poucos, mas adorado e respeitado por todos.
Em Salvador Bimba recebeu algumas homenagens depois de morto: a rua Nordeste em Amaralina hoje chama-se Mestre Bimba; o Shopping Iguatemi colocou uma placa com seu nome em uma das suas alamedas internas; a Prefeitura do Salvador colocou um monumento simbolizando um Berimbau, tendo ao centro um medalhão de bronze com o rosto do Mestre cunhado, é a Praça Mestre Bimba; é o Patrono da ABPC – Associação Brasileira dos Professores de Capoeira; a data de fundação da Federação Bahiana de Capoeira é 23 de novembro, uma homenagem ao seu nascimento; no dia 22 de março de 1994 foi lançada a FUNDAÇÂO MESTRE BIMBA.
O auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia abriu suas portas para receber os convidados: ex-alunos do Mestre, intelectuais, Mestre outros e a população capoeirística em geral.
Discursaram na oportunidade: Manoel Nascimento Machado (Nenel) e Dermerval dos Santos Machado (Formiga), filhos do Mestre Bimba, Eraldo Dias Moura Costa (Medicina) e Ângelo Augusto Decânio Filho que emocionado comoveu a todos pelas palavras de carinho e respeitado para com o Mestre Bimba, a quem chamou de pai. Aos 71 anos o Dr. Decânio, que começou a aprender com o Mestre no quartel do CPOR em 1938, demonstrou a todos o espírito dos ex-alunos, que apesar do tempo e a distância continuam a cultuar o Mito Mestre Bimba como se aqui ele estivesse.
Compareceram os ex-alunos: Decânio, Senna, Medicina, Piloto, Formiga, Nenel, Chapéu Vermelho, Menezes, Itapoan, Boinha, Gigante, Angoleiro, Borracha, Cafuné, Xaréu, além de D. Alice (esposa do Mestre), Nalvinha e Helenita (filhas) e Edinha (filha de D. Alice).
Depois disso tudo continuo a acreditar que ele está mais vivo que antes, que a Capoeira Regional, sua Luta, jamais será esquecida por quem quer que seja praticante de Capoeira.

PATRIMÔNIO CULTURAL:

Patrimônio cultural é o conjunto de todos o bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.

O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.


MACULELÊ:

É o maculelê uma dança de origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam. Os africanos diziam que esta dança era mais uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial, cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança. Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e levantar do negro com os porretes em punho. Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o assédio do feitor. Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais perigo para o agressor. O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas, alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dançarinos. O maculelê é portanto, um bailado guerreiro que foi desenvolvido por homens negros, compreendendo dançadores e cantadores, todos comandados por um mestre, denominado “macota”. Os participantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 cm de comprimento, exceto o macota, que tem um mais longo. Os bastões são batidos uns nos outros, em ritmo forte e compassado. Estas pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso musical.

PERCA 500 CALORIAS EM UMA AULA DE CAPOEIRA

Tipicamente brasileira, esta técnica é capaz de modelar o seu corpo!

Ao som do berimbau, a capoeira faz o praticante perder 500 calorias em uma hora de aula. Se interessou? De acordo com os mestres da capoeira, a perda de calorias vai depender da intensidade que o praticante der aos movimentos. Dentre os exercícios estão a musculação e o alongamento, que ajudam a melhorar a flexibilidade do praticante. De acordo com o Mestre Boneco, esta arte/luta trabalha proporcionalmente toda a musculatura do corpo.

Entre os benefícios da prática da capoeira, estão: a diminuição da tensão, velocidade corporal, força muscular equilíbrio, ritmo, coordenação, lateralidade e modelar a musculatura do abdômen. Um aluno que pratica capoeira por três vezes na semana desenvolve uma melhora no sistema cardiorrespiratório.

Outro ponto importante da capoeira é a melhora da capacidade de resistência cardiovascular. A atividade pode interferir até mesmo no lado emocional da pessoa, tornando-a mais alegre e disposta para o dia-a-dia, e ainda tornar a musculatura do praticante mais alongada.

Se comparada a outros esportes como basquete e futebol e a exercícios aeróbicos, ela exige do praticante quase os mesmos recursos como agilidade, flexibilidade, força, ritmo, equilíbrio, velocidade, coordenação, resistência e outros.

Outro ponto da capoeira é benéfico para pessoas de todas as idades. Ela ajuda seu praticante a liberar a agressividade, ainda que não estimule a violência, ajudando-o a desenvolver o autocontrole e a criatividade.

Em junho será realizado, no Rio de Janeiro, o Fórum Internacional de Capoeira 2011. Organizado pelo capoeirista Beto Simas, mais conhecido como Mestre Boneco, alunos, professores e Mestres de diversos grupos de capoeira e de vários países, além de historiadores e autoridades esportivas, discutirão a evolução e uma possível inclusão da capoeira como esporte olímpico.

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